quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Parados há três meses, professores da Ufba decidem manter greve


Parados há três meses, professores da Ufba decidem manter greve
Ao todo, 156 professores votaram pela manutenção da greve e 12 contra
Os professores da Universidade Federal da Bahia (Ufba) decidiram manter a greve da categoria, que completa 92 dias nesta quarta-feira (29). Em assembleia realizada no início da tarde no auditório da Faculdade de Arquitetura da Ufba, na Federação, os docentes rejeitaram o aumento oferecido pelo governo.

Segundo o professor Miguel Acioly, do Comando da Greve, 184 professores participaram da assembleia. Ao todo,156 votaram pela continuidade da greve e 12 contra. Foram registradas 16 abstenções. A paralisação foi iniciada em 29 de maio e oficializada pelo sindicato da categoria no final de junho.

“Nós entendemos que a luta continua. Com a negociação saindo do Ministério do Planejamento e da Educação, esperamos que vá para o Congresso Nacional. Dia 31 é a data limite para o governo enviar o projeto para o Congresso emendar e reformar a lei de reestruturação da carreira”, diz o professor.

O governo encerrou as negociações com os servidores públicos federais em greve no último domingo (26). O Ministério do Planejamento deu prazo até esta quarta-feira (29) para que os representantes das categorias assinem os acordos concordando com o reajuste de 15,8%, dividido em três anos. As categorias que não concordarem ficarão sem aumento.

No caso dos professores, a proposta do governo é formada por reajustes que variam entre 25% e 40%, nos próximos três anos, e redução do número de níveis de carreira de 17 para 13.

Ainda de acordo com Accioly, a contraproposta aprovada em assembleia conjunta das universidades em greve pelo país está mantida. No documento, que foi protocolado junto ao Ministério da Educação e ao Ministério do Planejamento, os percentuais são fixos para retribuição de titulação e os regimes de trabalho. Para a categoria, dessa maneira haveria uma reestruturação da carreira, reduzindo a disparidade entre as classes.

O impacto orçamentário da contraproposta é da ordem de 9,4 bilhões para atender cerca de 134 mil docentes em todo país, o gasto por docente seria da ordem de R$ 7.014 em dois anos (2013/2014). Os professores também reclamam que a proposta do governo não recupera as perdas salarias acumuladas em 2010 e em 2012.

Para ter acesso à contraproposta aprovada pelos professores, clique aqui.

Fim unificado
Na assembleia de hoje, os docentes também aprovaram uma agenda de encerramento da greve, cujo calendário indica um conjunto de atividades para construir uma saída unificada com as demais universidades federais. Uma assembleia geral com indicativo de fim da paralisação está marcada para a próxima quarta-feira (5).

"Entendemos que o encerramento da greve é uma ação e precisa ser constituída com atos que dêem visibilidade às nossas reivindicações. Na próxima quarta-feira (5) há uma assembleia cuja indicação é o encerramento da greve. Mas isso que não quer dizer que vai acabar neste dia”, diz o professor Jair Batista, do Comando da Greve.

  
Instituto de Biologia e servidores

Os professores do Instituto de Biologia da Ufba já haviam decidido sair da greve na terça-feira passada (21). As aulas, no entanto, ainda não foram retomadas. Os docentes do instituto pediram ao Conselho Universitário (Consuni) e ao Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFBA (Consepe) que seja aprovado um calendário de reposição das aulas, se possível, até 31 de agosto.

Os servidores técnico-administrativos da Ufba e da Universidade Federal do Recôncavo (UFRB) também encerraram a paralisação iniciada no dia 18 de junho. Segundo Paulo Vaz, coordenador jurídico do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos da Ufba e UFRB (Assufba), foi aceita a proposta de 15% de reajuste, divididos em aumentos de 5% nos anos de 2013, 2014 e 2015.

No início deste mês, a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), que representa a minoria da categoria, aceitou o acordo com o governo. Já o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), que representa o Comando da Greve da Ufba, rejeitou o acordo e apresentou uma contraproposta ao governo.
By: Correios BAHIA

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